O
que fazer quando o mundo não sabe o que quer de nós? De um lado, a seriedade e
o trabalho duro; de outro, a necessidade alheia de não suportar o mínimo de
cobrança. O que esperam os jovens de nós, professores? Se formos firmes, somos
considerados chatos – e há sempre alguém que nos vem falar mal; deixando a
natureza imperar, os relapsos; rebatendo um ataque pessoal, os "ele-não-pode-dizer-isso".
Não, não estamos questionando nossas paixões, apenas deixamos as inquietações
tomarem força e autonomia nesta fala indiscreta, uma vez que, em tempos de “liberdade”,
o prisioneiro acabou sendo o educador.
O
maniqueísmo parece estar voltando das profundezas medievais – aquelas
gavetinhas escuras: os ‘bons’ aqui e os ‘maus’ ali. Lembram-se disso? Mesmo com
o posicionamento moderno, que defende o misto dos dois, os sujeitos nos relativizam
dentro de posicionamentos vazios caracterizados pelo ‘bom momentâneo’. Só que
esse ‘momento bom’ se torna uma partícula tão triste que chega a confundir-se
com migalhas. Ser bom, para os jovens de hoje (nunca generalizando, claro!), se
confirma no não fazer nada, no deixar as vontades imperarem dentro de um espaço
onde o imperador deveria ser o conhecimento, não a desordem gratuita.
Podemos sim tornar as aulas elásticas conforme os impulsos dos estudantes e o desejo de alguns pensadores, porém precisamos primeiro de ordem se quisermos obter progresso, ou um caos organizado, que seja! – não são esses os dizeres da bandeira?
Podemos sim tornar as aulas elásticas conforme os impulsos dos estudantes e o desejo de alguns pensadores, porém precisamos primeiro de ordem se quisermos obter progresso, ou um caos organizado, que seja! – não são esses os dizeres da bandeira?
Enfim,
nem sempre sabemos lidar com liberdade demasiada. Não podemos falar o que
queremos, falamos o que podemos, contudo, os ouvidos, coitados, precisam ouvir
de um tudo. O tempo, o devorador de homens, acaba matando até mesmo a beleza, a
vida de muitos profissionais da educação, porque, quando estamos progredindo,
vem alguém mais ingênuo para dizer que estamos cobrando demais ou de menos. O
que seria esse muito, esse pouco? Até onde podemos ir? Inclinamo-nos a pensar
que todos só ficam realmente felizes quando os professores se tornam zumbis: pessoas
transportadas por cadáveres que os levam dia após dia até suas classes.
Para a faceirice dos pais e dos alunos, precisamos morrer por dentro, assim seremos bons, mas bons perecíveis, o que parece não importar muito. Entendo o cansaço alheio. A sociedade se liquefez; fez-nos mobília e vítimas de razões pouco razoáveis. Com isso, até a paixão anda a nos devorar. Ignorar não basta, o que basta ainda não é o bastante. Sim, o Brasil está perdendo!
Para a faceirice dos pais e dos alunos, precisamos morrer por dentro, assim seremos bons, mas bons perecíveis, o que parece não importar muito. Entendo o cansaço alheio. A sociedade se liquefez; fez-nos mobília e vítimas de razões pouco razoáveis. Com isso, até a paixão anda a nos devorar. Ignorar não basta, o que basta ainda não é o bastante. Sim, o Brasil está perdendo!