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sexta-feira, 8 de março de 2013

DIA DA MULHER...


   
Às vezes nos perguntamos se realmente precisamos saber disso ou daquilo. Respostas sempre surgem, mas elas só vêm inteiramente para o curioso que teima em sempre ir além da simples e preguiçosa indiferença. No entanto, o elemento insiste em permanecer no mundo e, mesmo se não o soubermos em sua essência, ele continuará existindo com toda a sua força. Respostas? Essas devem ser perseguidas e entendidas em seu cerne, não através de invenções mirabolantes e românticas sobre determinados temas, mas na busca séria e comprometida de verdades que serão ponderadas com as suas. Ao construirmos uma casa, por exemplo, pensamos primeiro em seu alicerce. Fazemos isso para nos certificarmos de que, sobre essa estrutura, paredes firmes sejam levantadas... Assim é também conosco.
      Pensando em nossas construções, alicercemos agora o nosso entendimento, falemos das mulheres, dos homens e de nossas casas que têm vontades de serem janelas só para espiar o mundo livre de qualquer prisão social cujas grades são os gêneros.
Bem! Dia internacional da mulher. O difícil é sabermos quais mulheres, já que são muitas dentro de cada uma e infinitas quando suas fronteiras se mestiçam em uma nação inteira delas e também deles. Sim, todos somos mulheres. Todos somos homens. Falo das “mwandias”, (termo que significa “canoa” em uma das aproximadas 25 línguas que andam vivas e bem falantes por Moçambique, na África), essas que trafegam dia-a-dia de uma margem à outra do rio (tempo); entre um ventre “mar-terno” à terra “mãe-terna”; entre a quentura do seio à ‘friavileza’ do mundo; entre um rio masculino à um “la mer” (mar, em francês) feminino. Pensemos, não em um dia do homem ou da mulher, pensemos em chegarmos juntos há uma terceira margem: a da igualdade.    
Para encerrar, ‘desacordando’ dessas meias verdades sobre o dia, comemoremos, esqueçamos as utopias aqui deste texto. Contudo, se for possível, vamos refletindo ao menos sobre o que dá dimensão ao feminino. Pois, como diria Simone de Beauvoir, “ninguém nasce mulher. Torna-se mulher.” O que ultrapassa – acredito – qualquer tipo de gênero (homem, mulher) que “desgenera” e separa o que na verdade precisa é de construção.