
Ao lermos boas obras com atenção, infalivelmente, sentiremos em seus veludos, desde um simples véu até as mais finas das sedas, pois é necessário primeiro sentir para depois fazer-se sentir pelos tecidos produzidos dentro de nossos próprios teares. Sabendo disso, não é difícil perceber a relação de tessitum, tecido, textura, texto...
Enfim, ao contrário do que muitos pensam, o ato de produzir um texto não está vinculado a nenhuma força divina que nos sopra aos ouvidos e nos vem inspirar. A palavra chave para uma boa produção textual é ‘trabalho’. Deve-se cultivar o hábito da leitura e submeter suas produções a releitura, a reescrita e – fundamentalmente – à crítica (pedir para que outros sintam a textura e apontem para os fios soltos que precisam ser consertados). Estes são alguns elementos que fazem parte dessa construção. A atenção a esses pontos é essencial para que não se abandone o processo de estar sempre trabalhando com ideias já desenvolvidas. Pois o texto, assim como nosso conhecimento de mundo, sempre está em constante transformação. E é assim que vamos dando forma e cor aos nossos tecidos.
Agora é sentar, puxar um fio e começar a tramá-lo.
Sim, é isso que muitas pessoas pensam. Acham que escrever é um dom para poucos, o que é um grande engano. Qualquer um pode escrever bem, mas para isso é necessária a leitura - muita leitura - de vários tipos de textos. E, principalmente: escrever, porque só se aprende a escrever, escrevendo!
ResponderExcluirTambém acho que as pessoas têm pouca paciência, quando o assunto é a escrita. É preciso vê-la como um processo. Ninguém escreve bem de um dia para o outro. Tudo ocorre aos poucos, com o exercício de leitura, escrita e como tu disse, reescrita. É tarefa do professor, justamente fazer o que foi dito acima, ver o que está solto, o que não é coerente no texto e auxiliar o aluno a corrigir eventuais erros.
O problema, é que nas escolas, muitas professoras têm certa má vontade para fazer tudo isso, o que é compreensível, em parte.
Muito bom o texto,
abraços!