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sexta-feira, 2 de maio de 2014

(3ª parte) NOTAS DE DESACONTESSÊNCIAS: poemas.


SONS OUTONAIS

Árvores no outono: violoncelos
Teatro enforradinho, todo azul
Vento derramando folhas secas

Silêncios enfolhados cisca chão.

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EU...

Um olho claro
O outro escuro
Silêncios cheios
Vozes caladas
Leão mansinho
Pantera louca
Barriga gorda
Boca sem nada.

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A GATA DA DONA...

Primeiro afinou-se nas tintas do leite
Lambeu as sujeiras do mundo de fora
Ligou o motor procurando a amiga
Não sabe da morte da velha senhora.

Há tempos lembramos que ela se foi:
- Morreu sua dona. Não volte aqui mais!
Mas gatos não sabem. Eternam a vida
Despreza o que digo, ronrona sozinha.

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Não sei se sigo ou se fico
Se quedo ou se continuo
Se aborto novas pegadas
Ou as deixo andar na rua.


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Taque que tique
que tique que taque
se diga
ou não diga
se faz-se
ou não faz-se.

Taque que tique
que tique que taque
se foge
ou se fica
se fica ou de foge.

Taque que tique
que tique que taque
relógio com dentes
relógio que morde.

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