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domingo, 27 de abril de 2014

SER OU NÃO SER PROFESSOR, EIS A QUESTÃO!

Em algum momento da juventude, tive a impressão de que o professor fosse um caminho a ser seguido e uma espécie de ser mágico a iluminar alguma escuridão nossa. Não, não os comparava a nenhum ilusionista que faz aparecer coelhos ou pombos de suas cartolas. Aos meus olhos/ouvidos, a magia toda brotava de suas falas, de seus livros, de seus espíritos encantados e sérios (bom, pelo menos eles sempre encantaram a mim!).
É, meus amigos, mas o tempo passou, por paixão, tornei-me um desses que deveria também ser sentido como um dos magos que mencionei. Contudo, o encantamento desencantou e transformou o professor em um sapo social verruguento. Isso é tão verdade que hoje, ser ou não ser professor entrou no território sombrio do “tanto faz”. Não há nada neles que atraia a nenhum jovem, uma vez que qualquer um pode dizer (desmedidamente) o que quiser a eles, pois sabemos que não pode haver recíproca a qualquer agressão, deve-se engolir. “Ora, onde já se viu um professor baixar o nível!?” Ouvir pode, claro! Percebam que os direitos devoraram os deveres e o modismo violentou o mundo inteiro. Notem: não é raro observarmos agressões direcionadas aos ‘mestres’ – eis as atitudes da moda, da hora, como dizem. Nesse pensamento e pelos reincidentes, ando concluindo até que alguns pais gostam de ouvir as aventuras de seus filhos agressores. Mas isso é apenas uma impressão pessoal, impressão que pode ou não ser considerada, depende que quem lê.
Contudo, não pense o leitor que eximo meus deveres enquanto professor. Tenho, inclusive, a ciência dos desafios a enfrentar, dos caminhos a percorrer e (por que não dizer?) dos olhares que preciso desdobrar para perceber as demais cores. Claro, preciso também admitir minhas reformas, que sou uma construção constante de mim mesmo, tanto pessoal quanto profissionalmente. Nunca deixei de pensar nisso! Só não me peçam para não sofrer quando fico sabendo de algum colega, seja de longe, seja de perto, que foi ou anda a ser agredido por algum sujeito estragado por pais que não usam direito seus chinelos. Não pensem que não somos preparados. Sim, somos, mas para sermos profissionais, profissionais que nada têm a ver com babás ou ‘cuidadores’ do gênero.
      Enfim, concluo com o mesmo desejo que insisto em cobrar de mim: o repensar as mentalidades trazidas de casa e de si mesmo enquanto cidadão. Se não for assim, penso não haver nenhuma saída, pois enquanto a educação for jogada para dentro dos muros da escola, temo sinceramente não encontrar mais motivo para haver uma. Sem isso, desculpem, não prevejo sol que possa clarear nenhum amanhã. O que somos? O que seremos? Não sei. Não me restou mais nada além de ficar shakespeareando por aqui.    

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