Dedicado demais. Será
que tem vida? Amado por uns; odiado por outros. Dá vários sermões; recita
poemas. Vive torrando o saco da gente para que escrevamos, não acho importante.
O que isso vai acrescentar em minha vida? Como ele é chato! Ainda insiste que eu
leia. Ah, tenho mais o que fazer! Queria mesmo que morresse logo; por outro
lado, não. Às vezes até gosto do dito cujo, não vou negar; no mais, o detesto. Coitado,
acha que é meu pai. Quem ele pensa que é? (...)
Bah! Fica quieto aí no
fundo, pô! O professor quer falar!
Gostamos de todos,
ninguém nos escapa. Um dia vivemos, em outros nos matam. Ousamos discursos,
melhor não ter dito. Quanto ao ler e escrever, sim é importante, mas não é
exigência nossa, a vida é que exige. Quem não lê neste mundo (ouçam bem, meus amigos!),
se perde dos outros, se aparta consigo. O mundo é que é duro. Não somos
bandidos, pois o tempo que temos – mesmo sem estarmos juntos –, estamos sempre pensando
contigo, elaborando aulas pra ti.
Não sei se é bem assim.
Deve ter algo que não te agrade em mim. Porém, te aconselho: me deixa de lado,
não me enche o saco, professorzinho querido. E para de olhar. O celular é meu.
Se quer me xingar, invento que me bateu. Pensa que eu não sei? Tenho mais
direitos que tu. Quem mandou ser professor, agora aguenta o tranco! Acha que eu
tenho medo de ti? Putz! Melhor é se cuidar.
Medo?! Entendeu errado,
criança! Nós é que temos medo. Perder algum de vocês está fora de cogitação. Se
se perdem um dos nossos, nós é que reprovamos, não passamos direito a lição. As
coisas não estão fáceis, disso sabemos bem. Mesmo assim queremos que entenda:
não encontrando brasa na lenha, nosso sopro é que se perde e nenhum fogo vira
fogueira. A realidade está difícil pra ti? De nosso lado, pode apostar, o
buraco é mais embaixo.
Entendo, já sou
grandinho. No fundo sei que desejam o meu bem. Mas por que não me deixam quieto,
na minha? Eu não quero ser como vocês.
Ninguém é igual a
ninguém. Nenhuma repetição acontece. Tudo o que ocorre neste mundo, o tempo
traga e a sociedade esquece. Daí a importância do que fazemos: dar condições de
vozes ao que tanto insiste em pregar. Se conosco está difícil. Sem nossas aulas,
saiba que a coisa ainda é pior.
Amigos?
Tá bom, amigos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Divida conosco suas impressões sobre o texto!