.

terça-feira, 14 de julho de 2015

ESCRITORES DA LIBERDADE

Ser livre é cuidar para que o meu próximo seja liberto comigo, pois quando eu o inspiro, livro mais um que libertará mais outro, e outro...

Ontem fomos surpreendidos por alunos que resolveram deixar as salas mais limpas. Matação de aula? Não mesmo. Saibam que há muito na atitude. Inspiração que move lugares bem mais desenvolvidos do que o nosso. Se pesquisarem perceberão que no Japão isso é bastante comum, portanto, é natural que sua educação acompanhe o mesmo senso de nobreza.
O fato é que se hoje passarem por alguma classe de qualquer uma das turmas da Escola José Alfredo Kliemann (Santa Cruz do Sul), certamente, poderão observar clarões, luzes que nos mostram um futuro bem sólido e cheio de ‘logo alis’. Sim, outro dia todas as manchas foram apagadas das carteiras (tal como já disse) para serem “reescritas” com muito detergente, esponjas, baldes, sorrisos e pequenas mãos de alunos que aprenderam a desenhar uma nova forma de perceber a educação: a do cuidado. Bela lição que tivemos, pois acreditem, não temos mais tempo a perder, já que, de vez em quando, faz-se necessário parar, levantar e agir. Maravilhoso? Exato. Presenciamos uma pequena mudança, breve bater de asas de borboleta que, por ser tão importante, provocou em nossos ânimos uma ventania avassaladora e necessária.
Muitas pessoas poderiam achar a atitude um tanto arbitrária e pouco animadora. Tolos. Mal sabem que a Escola serve justamente para isso. Trata-se de um lugar onde aprendemos, além da matemática, do português... também o verdadeiro princípio da cidadania. E cuidar do que é seu nada mais é do que encher de músculos um amanhã pouco mais rico, palatável e iluminado. Exercitar o cuidado, inclusive, nos faz lembrar o principezinho, de Exupéry: “somos todos responsáveis por aquilo que cativamos”. Eis uma obrigação moral.
Escrever a liberdade com sabão e muito esfrega esfrega é quase uma metáfora, pois se tivermos um ambiente bonito e limpo é provável que possamos avançar um pouco mais por essa estrada tão difícil que se tornou a educação no Brasil. É preciso limpar sempre, e mais. Atitude que parece simples, mas que infelizmente ainda não é. Por isso é bom fazer. Quanto vandalismo não se evita assim!
Enfim, penso que esse é o grau mais elevado e bonito do que podemos chamar orgulhosamente de educar.

Continuemos parando para escrever...   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Divida conosco suas impressões sobre o texto!