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domingo, 5 de julho de 2015

‘OS PRECONCEITUOSOS LADRAM, MAS A MAJUZINHA PASSA.’

“Cada homem é uma raça.”
(Mia Couto)

Somos falhos, se não respeitarmos determinadas regras que nos agridam os bolsos, o mundo se perde e a História volta a se repetir. Infelizmente, por conta de algumas pessoas que gazetearam as aulas dos amigos historiadores, precisamos de regras bem claras para que nos lembremos de que não devemos nos referir às pessoas como macacos, negrinhos, ou coisas do gênero. Tal como a que muitos estão tentando barrar. Aquela em que proíbe a mesma coisa, só que com homossexuais. Os comentários ofensivos à jornalista Maria Júlia Coutinho (a Maju), acontecidos recentemente, é só a ponta do iceberg. Nossas mentalidades andam doentes, carentes, não de mais politiqueiros, mas de profissionais que pensam respeitosamente sobre o que somos e o que precisamos ser (digo, moralmente). Se historiadores tivessem o mesmo prestígio nas vozes que certos políticos têm, não precisaríamos ser exigidos por tantas leis. O bom-senso prevaleceria.
Não entendo, as pessoas ouvem rock n’roll. Prestigiam bossa nova. Acham sofisticadíssimos os sons que iluminam o blues, por exemplo, mas são incapazes de raciocinar sobre as origens desses ritmos e, por sua vez, os ‘porques’ de seus próprios ouvidos gostarem tanto disso. Será que os sentidos não se afinam em um mesmo tom? Ou será que os tons é que não se afinam para os mesmos sentidos? Difícil saber.
Por outro lado, retiro o que disse no último parágrafo. Para ouvir sons desse tipo, é preciso saber mais, desenvolver-se mais. Duvido que gente agressiva tenha o mínimo de cultura para entender desses gêneros tão ricos, pois se tivessem, não encheriam o mundo de opiniões nitidamente ridículas a cerca do povo que os criou. Digo isso por estar cansado desses discursos fascistas e idiotas dos tipos velados, que só vêm à tona em situações de raiva ou de inveja (o que ocorreu claramente no caso Maju).
Enfim, não me demoro mais. Este tema me assusta. Temáticas assim nos ofendem por arrancar de nós uma série de verdades, que acreditávamos superadas. Verdades necessárias, preciso dizer, mas perdidas em algum cantinho que deveria ser lembrada como algo feio nas entranhas de alguma pesquisa coletada em arquivos já decompostos e amarelados. Cuidemos de nossa evolução, não precisamos voltar ao barbarismo intelectual. Mediocridade se cura com uma boa aula de História, como eu já disse.

Agora fico. Baixo a caneta. E me ausento deste texto. A Maria J. Coutinho já disse tudo por mim: “Os preconceituosos ladram...”. 

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