“Cada homem é
uma raça.”
(Mia Couto)
Somos falhos, se não
respeitarmos determinadas regras que nos agridam os bolsos, o mundo se perde e
a História volta a se repetir. Infelizmente, por conta de algumas pessoas que
gazetearam as aulas dos amigos historiadores, precisamos de regras bem claras
para que nos lembremos de que não devemos nos referir às pessoas como macacos,
negrinhos, ou coisas do gênero. Tal como a que muitos estão tentando barrar.
Aquela em que proíbe a mesma coisa, só que com homossexuais. Os comentários
ofensivos à jornalista Maria Júlia Coutinho (a Maju), acontecidos recentemente,
é só a ponta do iceberg. Nossas mentalidades andam doentes, carentes, não de
mais politiqueiros, mas de profissionais que pensam respeitosamente sobre o que
somos e o que precisamos ser (digo, moralmente). Se historiadores tivessem o
mesmo prestígio nas vozes que certos políticos têm, não precisaríamos ser
exigidos por tantas leis. O bom-senso prevaleceria.
Não entendo, as pessoas
ouvem rock n’roll. Prestigiam bossa nova. Acham sofisticadíssimos os sons que
iluminam o blues, por exemplo, mas são incapazes de raciocinar sobre as origens
desses ritmos e, por sua vez, os ‘porques’ de seus próprios ouvidos gostarem
tanto disso. Será que os sentidos não se afinam em um mesmo tom? Ou será que os
tons é que não se afinam para os mesmos sentidos? Difícil saber.
Por outro lado, retiro
o que disse no último parágrafo. Para ouvir sons desse tipo, é preciso saber
mais, desenvolver-se mais. Duvido que gente agressiva tenha o mínimo de cultura
para entender desses gêneros tão ricos, pois se tivessem, não encheriam o mundo
de opiniões nitidamente ridículas a cerca do povo que os criou. Digo isso por
estar cansado desses discursos fascistas e idiotas dos tipos velados, que só
vêm à tona em situações de raiva ou de inveja (o que ocorreu claramente no caso
Maju).
Enfim, não me demoro
mais. Este tema me assusta. Temáticas assim nos ofendem por arrancar de nós uma
série de verdades, que acreditávamos superadas. Verdades necessárias, preciso
dizer, mas perdidas em algum cantinho que deveria ser lembrada como algo feio
nas entranhas de alguma pesquisa coletada em arquivos já decompostos e
amarelados. Cuidemos de nossa evolução, não precisamos voltar ao barbarismo
intelectual. Mediocridade se cura com uma boa aula de História, como eu já
disse.
Agora fico. Baixo a caneta.
E me ausento deste texto. A Maria J. Coutinho já disse tudo por mim: “Os
preconceituosos ladram...”.
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