[...] Assim, por detrás das palavras de virtude se
escondem vossos mais secretos desejos de tiranos!
(Nietzsche)
Quem não se lembra
daquele extraterrestre bem penteado e que cortava o céu sempre que alguém
corria perigo? É um pássaro, é um avião... O bordão está fresquinho em nossas
mentes, não é mesmo? Contudo, poucos sabem a verdadeira origem deste herói.
Não, não estou me referindo à Krypton. Na verdade tento fazer uma leitura pouco
mais livre. Uma que seja pautada na ideia primeira, na essência que deu origem
a este, que é um dos personagens mais carismático dos quadrinhos: o
Super-Homem.
Difícil comprovar se a
fonte se afina, se jorrará algum néctar “bebível” no que tenho para dizer. Porém,
livremente – como já afirmei –, tentarei estabelecer relações possíveis entre a
filosofia nietzschiana e a cultura pop.
Vamos por ordem. Entre
1883 a 1885, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche escreveu uma de suas obras
mais conhecidas, o “Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém”.
O escrito trata de certo momento da vida de um homem que resolve se isolar do mundo
para melhor compreendê-lo. Seu nome? Adivinhou? Sim, Zaratustra. E entre sua
filosofia escapa-nos o pensamento de que “o homem deve ser superado”, tornar-se
um Übermensch – traduzido às vezes
como ‘além-homem’ ou, até mesmo, super-homem. E é neste último (acreditamos)
que o criador do ‘kryptoniano’ se baseou. Na certa que Nietzsche tinha algo mais
a falar através do personagem, mesmo assim, por aqui, pontuamos somente alguns.
Vejamos. Assim como
Zaratustra, o Super-Homem dos quadrinhos também faz lembrar à superioridade de
um único homem perante uma sociedade inteira. Tanto que o filósofo nos lembra
do poder do Sol ao se colocar todos os dias diante do mundo. Coincidência ou
não, o Clark Kent se abastecia desta mesma potência, a dos raios solares. Não é
por menos que o famoso Superman das
editoras representa o estereótipo norte-americano de ser – de maneira nem tão
sutil assim. Eles querem que acreditemos na superioridade dos americanos sobre
os demais povos do mundo. Inclusive, se me permitem, recordo alguns elementos:
seu uniforme carrega as cores da bandeira das “treze colônias” e sua espaçonave
caiu justamente na terra do “Sam”.
Enfim, será que se caísse
no Brasil ele usaria roupas verdes e amarelas? Improvável. Os latino-americanos,
pelo menos aos olhos dos ianques, não atendem ao chamado superior, o que chamam
“o modo americano” – e como se orgulham disso...
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