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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O SUPER-HOMEM DE BIGODES

[...] Assim, por detrás das palavras de virtude se escondem vossos mais secretos desejos de tiranos!
(Nietzsche)

Quem não se lembra daquele extraterrestre bem penteado e que cortava o céu sempre que alguém corria perigo? É um pássaro, é um avião... O bordão está fresquinho em nossas mentes, não é mesmo? Contudo, poucos sabem a verdadeira origem deste herói. Não, não estou me referindo à Krypton. Na verdade tento fazer uma leitura pouco mais livre. Uma que seja pautada na ideia primeira, na essência que deu origem a este, que é um dos personagens mais carismático dos quadrinhos: o Super-Homem.  
Difícil comprovar se a fonte se afina, se jorrará algum néctar “bebível” no que tenho para dizer. Porém, livremente – como já afirmei –, tentarei estabelecer relações possíveis entre a filosofia nietzschiana e a cultura pop.
Vamos por ordem. Entre 1883 a 1885, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche escreveu uma de suas obras mais conhecidas, o “Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém”. O escrito trata de certo momento da vida de um homem que resolve se isolar do mundo para melhor compreendê-lo. Seu nome? Adivinhou? Sim, Zaratustra. E entre sua filosofia escapa-nos o pensamento de que “o homem deve ser superado”, tornar-se um Übermensch – traduzido às vezes como ‘além-homem’ ou, até mesmo, super-homem. E é neste último (acreditamos) que o criador do ‘kryptoniano’ se baseou. Na certa que Nietzsche tinha algo mais a falar através do personagem, mesmo assim, por aqui, pontuamos somente alguns.
Vejamos. Assim como Zaratustra, o Super-Homem dos quadrinhos também faz lembrar à superioridade de um único homem perante uma sociedade inteira. Tanto que o filósofo nos lembra do poder do Sol ao se colocar todos os dias diante do mundo. Coincidência ou não, o Clark Kent se abastecia desta mesma potência, a dos raios solares. Não é por menos que o famoso Superman das editoras representa o estereótipo norte-americano de ser – de maneira nem tão sutil assim. Eles querem que acreditemos na superioridade dos americanos sobre os demais povos do mundo. Inclusive, se me permitem, recordo alguns elementos: seu uniforme carrega as cores da bandeira das “treze colônias” e sua espaçonave caiu justamente na terra do “Sam”.
Enfim, será que se caísse no Brasil ele usaria roupas verdes e amarelas? Improvável. Os latino-americanos, pelo menos aos olhos dos ianques, não atendem ao chamado superior, o que chamam “o modo americano” – e como se orgulham disso... 

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