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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O RON-RON DO GATINHO


Os gatos ronronam para expressar afetividade...
A explicação científica a respeito disso não pode suprir a musicalidade e relaxamento que encontramos nesses ‘ronquinhos’ gostosos e encantadores – o máximo que encontrei foi isso, sentimentos.
A cantora Adriana Calcanhoto diz se tratar de uma maquininha de afeto. Acho que até é mesmo, uma vez que eles só produzem os sonzinhos quando estão felizes e satisfeitos ao encontrarem-se em uma situação de prazer. Esta canção dos bichanos é algo que cativa a todos, desde poetas, músicos, “escrivinhadores”, amantes, pintores, até os adoradores de silêncios (digo bem, há muitos tipos de silêncio!), enfim, só escapam os espíritos que já estouraram alguma corda da existência.
Precisamos ouvir além do que os ouvidos suportam, porque as mãos não são surdas, muito menos os olhos. Contudo, é necessário afiná-los. O gato é um ótimo diapasão. Acertam corda por corda dos sentidos.  
Quando eles estão em suas caixas, principalmente as de papelão (não sei por que adoram as caixas de papelão!), servem como caixinhas de música. Roncam seus motores a um nível elevado para tanta sutileza. O funcionamento das engrenagens desse ‘miadinho’ ao contrário, por certo tem a capacidade de nos fazer funcionar. São motores que dão partida em qualquer alma, não apenas nas nossas (dos “poderosos” humanos), mas das deles, se sentirem o entrosamento – lembrando que, segundo o mito, eles possuem sete vidas. Coincidência ou não, as notas musicais também se distribuem em sete tons: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Os interstícios dependem de outros compositores ou maestros mais bem afinados.
Quem nunca amou o silêncio de um ronronar de gato não pode saber de mais nada. Preconceito meu? Por até ser. É que não entendo esse tipo de “não gostar”. Talvez porque, por dentro, também devamos estar ronronando em confluência para que eles nos ronronem de volta. Vai saber! Eu mesmo, sem um gato no colo, não consigo afinar uma linha sequer, nem escrevendo, nem lendo, nem existindo... Sou um dependente.

Só os gatos “devagarinham” cada uma de minhas eternidades, freia o que seriam daqui-a-poucos. Não, eles não gostam de dar de comer a nenhum depois. ‘Agorar’ futuro é tolice de gente. Se não acredita, faça carinho neles e espere. O som que produzirem é o infinito eternizando um prazer. Para eles, é o momento que importa. Ouça, aproveite a libertação e não tenha medo de amá-los para sempre!

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