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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

QUANDO UM HOMEM AMA UMA MULHER


O amor é uma peça em quatro atos. Ele acontece junto com as estações: primeiro vêm as flores do encontro; depois o calor do verão;  logo as folhas secam, caem e se renovam para, em seguida, ficarmos cientes de que haverá também o frio, as dificuldades do inverno. Superando o tempo, fica a semente para germinar firme e criar, então, raízes fortes e bem arraigadas dentro de nós.
Há quem diga que ele (o amor) é um estado de espírito, uma vontade solta pelo mundo. Um norte perdido dentro de uma bússola de mil ponteiros. Bússola frenética e desconhecida, onde cada seta está à deriva em rodopios invariáveis por debaixo daquele vidrinho fino. Ao invés de se estabilizar, ela se perde ao som de uma voz primaveril. Não falo aqui de qualquer vozearia, refiro-me aquele som necessário do qual ninguém mais pode ouvir – apenas nós. É um silêncio organizado para nos desorganizar, para desorientar os corações. Quando o ouvimos, desejamos voltar ao tempo do astrolábio, porque ele não dependia de “ponterações”, sendo assim, não “loquiava” tanto ao observar as estrelas.
Se, por ventura, sentir o peito vazio, mesmo sabendo da carga carregada dentro dele, saiba que, de sua parte, há muito mais do que interesse, há um desinteresse em viver dali para frente sem aquela verdade que te encontrou. Pedir para explicar mais, não dá! Existem coisas que ou você sente, ou não sente. Se já sentiu vai saber.
Quem pode medir a intensidade do brilho de cada um desses astros? Gráficos são incapazes de sentir tamanha turbulência. Sempre ouvi falar muito da ‘Escala Richter’, porém, para um homem apaixonado, a terra treme mais, ultrapassa qualquer fator mensurável para os demais. Gostaria de não confundir – já que falei de apaixonado –, o amor é maior, é uma tempestade florescida. Ele sim é capaz de suportar terremotos, invernos glaciais e até mesmo as direções, aparentemente, mais perdidas. Nenhuma escolha é feita, ele vem e se instala nas interioridades. É no encanto que se manifesta – quem sabe somente uma única vez na vida.
Enfim, quando um homem ama uma mulher, os caminhos são curtos, se isso for barreira para chegar onde ela está – as estações estão sempre floridas quando está por perto. Assim, ficamos ignorantes a outras belezas, todas elas lembram a mesma: a que te fez misturar os ponteiros. Remédios não existem, a única “panaceia” está ali, na pele, nos olhos, na figura daquela que te adoentou.

Acho que é isso! 

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