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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SER/ESTAR RICO...


O mundo é tão grande que acabamos desperdiçando os olhares e as peles todas correndo atrás de bens financeiros. Não nego a necessidade. Mas dedicar-se só a isso não dá. Dizem que há tempo para tudo nesta vida. Eles (os tempos) podem se multiplicar, sim. Se nunca pensou nisso, lembre-se daqueles meninos que deixou lá atrás. Eles é que sabiam de duplicação, triplicação, ‘infinitaplicação’. Quando crianças, dinheiro não era problema, ganhávamos uns trocados dos pais e era o bastante para nos satisfazer o dia todo. O menor bem não era tão mal: brincar. Sabíamos o que os animais sabem: o “não-saber” de nenhum amanhã. Já fomos milionários. Era só esticar o pé, e pronto, nos transformávamos no que quiséssemos. Saudades daqueles garotos!!!
Ser rico é saber do que é feito. Não subestimar as incalculáveis essências que estão dentro e fora de nós. Se desperdiçarmos as flores, elas murcharão, nós murcharemos. É necessário que sejamos um pouco jardineiros para com elas, espécies de amigos da terra; contempladores; amantes das janelas (essas famintas por mundo); navegantes/navegados; fazedores de caminhos... Rico é aquele que bebe das brevidades até a última gota. É aquele que não se “financeira”, mas se faceira por uma grama verdinha, recém-cortada, macia. Enfim, é jogar longe os sapatos que usou o dia todo e deixar os pés à deriva em meio à horta ‘terrenha’ cultivada nos fundos.
Por outro lado, estar rico é faceirar-se para uma finança. Gastar-se por um bocado a mais de dinheiro. É possuir uma herança, que seja, e não pensar em mais nada, só nela. É trabalhar, trabalhar, trabalhar. Sim, precisamos mesmo disso, porém não somos tão precisos assim. Viver para além dos dias tortuosos é importante. Este rico fica sempre na gangorra do estar e no medo de não estar mais. O dinheiro traz felicidade sim, isso não nego, só que ele não pode nos gastar tanto. Status é bom, mas a que custo? Confesso que sem gastar um pouco eu não seria completo. Gasto, gasto muito comprando livros. Sinto-me endinheirado assim. Neste momento, não, não estou rico, sou rico, porque utilizei a riqueza para salvar os olhos que se abrem (para dentro e para fora) para sentir aquela vontade toda pelo pouco tempo que lhes resta dos dias.
Se desejarmos SER – preste atenção! – devemos (no final de uma jornada longa de trabalho) dar folga às gravatas, chupar para longe os calçados e gritar bem alto enquanto movimentamos os dedos (livres) sobre a grama: CARPE DIEM!!!!!!!!!


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