Não há nada mais incrível
do que o coração. O que se sente ali é um mundo que se norteia em milhares de
possibilidades. Chore, se te der vontade. Sinta no peito a reverberação de uma
saudade, de um abraço, de uma palavra, que seja. Sinta, apenas sinta, pois só
somos quando os tambores não silenciam para os outros de nós. Neles, há um
tamborilar para cada beleza sutil ou faceira. O belo é uma janela aberta que se
quer olhar e ser/ver um pouco dos de fora. Ela só quer trazê-lo para dentro.
Sentir os passantes em suas entranhas. Tudo isso é típico de nossas
“ajanelações”. Todas têm olhos, ouvidos, bocas e peles só suas – peles querendo
tocar o universo. Fios coloridos em mãos hábeis de bordadeiras. Vermelhidões
apaixonadas por viver. Sentidos enrolados. Veias que irrigam o corpo, que é a
casa de todos os nossos “eus”.
O eterno se silencia
dentro de nós, dos de nós. Acorde-os. Abra-se para a infância (tempo em que
sentíamos o mundo com mais carinho). Período em que o coração ainda estava novo
e limpo. Renove-se. Seja um Quixote. Faça um chapéu de jornal e mantenha-se
informado para as crianças que querem brincar contigo.
Viva o coração humano!
Gritem comigo. Viva o coração humano! Marchemos para a brincadeira. Vamos nos
mover pela motriz dos sonhos. Cavaleiros das tristes figuras são o que nos
esquecemos de ser. Meninos curiosos, tal como pequenos príncipes. Homens-crianças
fortes como Peter Pan. Vamos, amigos! Sigamos para as lonjuras mais distantes
de todas as distâncias. Sair para dentro de nós mesmos é uma aventura. É por
isso que existimos. Sentir é nossa sina. Ali, até as bonecas são vivas. Os
loucos, saudáveis. Doidos que choram sem medo de “desempalavrear” suas
literaturas engarrafadas em manicômios.
Ah! Se essa rua fosse
minha. Eu mandaria todos os sonhos caminhar, mas, como as estradas vão se
fazendo conforme caminhamos, seus passos só podem acompanhar os ritmos deste
que nos guia.
Coração, tu não sabes
da missa um terço! Seus terços são quartos quintos e sextos. Saboreias o que te
damos para comer. Bebe o que te oferecemos para beber. Vives a intensidade de
purezas ‘despurificadas’, desastradas e que só se vê depois que passou. Estamos
cheios de passadas que, a cada palpitar, se incendeia. Veias quentes que quer
apenas encontrar um lugar neste mundo.
Viva o coração humano!
Viva! Existimos por ele, coexistimos em orquestras, como orquestrações sentidas
por tantas outras batidas... Viva o coração!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Divida conosco suas impressões sobre o texto!