Tecnologia. Nunca
imaginei que estaria escrevendo em um realejo moedor de música e as
transformassem tão rapidamente em pensamentos. Antes tínhamos apenas o lápis e
o papel. Depois vieram as máquinas de escrever. Hoje temos os computadores e tablets. O que virá em seguida?
Sinceramente não sei. O que vou tentando aprender é dedilhar minhas canções
nesses instrumentos maravilhosos e cheios de acordes – ao menos com bem mais
notas do que já estive acostumado. Tudo andou. O futuro chegou, mas as letras (a maior de todas as invenções) ainda
se organizam nas entranhas de cada engrenagem, ou chip.
Quando comecei a estudar
na faculdade, ainda lembro que no laboratório de informática (nas salas em que
frequentava), havia uma torre (CPU) para cada quatro ou cinco telas. Em um dia
desses, desastrado que sou, terminei de fazer o que tinha e, como eu estava do
ladinho da máquina principal, PUM! Desliguei o aparelho. Não precisa nem dizer
que fui vítima de zangas alheias.
Portas também me
afligem. Logo nos primeiros dias de aula na universidade (e novamente me pego
lá...), sedento em conhecer aquele espaço maravilhoso chamado biblioteca,
empurrei a porta, e nada. “Está fechada!” – pensei. Quando vi de longe uma
menina que se dirigia para o mesmo local. “Ela vai ter que esperar. Fechada,
mas não vou dizer!” E pronto, ela entrou. Só que mais sábia, ao invés de
empurrar, ela puxou. Nem precisou proferir um “Abre-te Sésamo!” Ah! Ainda acho
que puseram o adesivo de “puxe” por conta de perdidos como eu. Bom, pelo menos
contribuí de alguma forma para um mundo mais aberto. Mas não, em ‘Shoppings’ eu
não vou. Tenho medo daquelas portas que abrem sozinhas.
Contudo – ainda bem! –
pelo menos no aplicativo “Word” ando me saindo bem. Também, depois de algumas
dezenas de artigos; de escrever centenas de textos; uma monografia; e uma
dissertação... Enfim, acho que até ando dedilhando como um violonista clássico,
eu acho. Falo da velocidade, não da qualidade. Incrível como sobrevivi a tantas
atitudes “charleschaplianas”. Hoje rememoro tudo com bom-humor. Contudo não
riam de mim, leitores. Sofri bastante naquela época!
Como as coisas se
ajustam! Dostoievski tinha razão em suas “Memórias da casa dos mortos”: “o
homem é um ser que a tudo se habitua, e essa é, a meu ver, a melhor de suas
qualidades.” Há muito de mim nisso!
Ainda estão rindo? Ah,
não conto mais nada!
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