.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

VOZES QUE SE VÃO


Outro dia uma amiga me pediu para que eu indicasse um bom autor de poesias aqui da região. Não titubei, lembrei logo de dois dos livros que li nas madrugadas, algumas até chuvosas. Ela iria, ou ainda vai (não sei ao certo) para a Itália e, segundo seu relato, queria/quer presentear alguns amigos por lá. Logo, seguindo a vontade que nutria por levar a nossa terra junto, forneci o contado do poeta. Demétrio Azeredo Soster foi o nome do escritor que pedi para que contatasse. Os livros dele, os mesmos que me “diurnaram” as noites, seguiam – claro! – duplicados com o nome do mesmo autor. Explico: ele escreveu dois: “Tempo Horizontal” (2013) e o “Livro de Razão” (2014). Após, naturalmente, fiquei pensando. “É maravilhoso saber que nossas palavras andaram/andarão por outras partes, por outras paragens e que, por isso, se “passarinharão”!” Satisfiz-me com a dica, porque sonhei que alguém distante, talvez, se ‘lonjure’ com alguns poemas que me fizeram vencer as noites – está na cara, tenho fetiches por amores prolongados em outras vozes.
Penso que, pelo simples exercício, às vezes, vamos brincando de deuses e reinventando mundos novos pela pauta dos autores que vamos dialogando por aí. Acho isso fantástico, já que a discussão nunca para e sempre acaba caindo no purgatório de nós mesmos. Continuemos no caminho da (auto) compreensão, pois, se quisermos, passaremos a vida toda nos construindo com seus tijolos, ou não, uma vez que os tais livros são, quando abertos, os veículos que carregam muitas de nossas inquietações e, talvez, seja mais prático não abri-los, fechar-se, massificar-se e ir “vivendo” sem saber que somos seres complexos e únicos em todos os sentidos. Motivado por isso, devo parabenizar minha amiga sim, pois exercitou muito bem os “bens” dos outros para outros “bens”. Não irá sozinha, levará um pouco de nossas vozes, e de sua voz, já que através dos poemas que cheiram a terra, ela pode fabricar outra em, ainda, quem sabe, outras (terras) mais distantes. O que seríamos sem os poetas? E pensar que temos tantos, e tão perto. Tudo para construirmos, enriquecermos os seres ímpares que cada um de nós é.
Tal como fiz para minha amiga, deixo aqui a dica dos livros que me acompanharam. Livros parecidos com grilos, já que sem eles (os grilos e os poemas) a noite não embarrigaria. Ficaria só ali, com todos os silêncios apagados dentro dela.

Boa leitura!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Divida conosco suas impressões sobre o texto!